terça-feira, 28 de abril de 2009

Retrato [MAL] falado


Retratos revelam o que fomos e o que somos. São o reflexo e a reflexão do passado. Alguns retratos denunciam e te olham o tempo todo. Uma noite por causa de um retrato que não foi pedido, em um lugar desconhecido com alguém já visto.
As imagens fixas na parede e nos retratos de mesa empoeirados são bem diferentes das imagens em movimentos precisos no sofá. Na Tv um filme nada convencional reflete os gemidos atuais dos quais as pessoas nos retratos se emcabulam, olham entre os dedos, mas não fazem barulho para atrapalhar. Voltemos ao sofá. Alguém tenso, mas deixando a situação levar. A situação se aproveitando da situação, retira o cinto que cai aos pés, a boca passeia por sensações deliciosas e o prazer escondido pelo temor se exprime em gozo. (1ª vez)
Pausa.
Na Tv o filme segue, os retratos pedem para que a cena repetida no sofá continue. O cinto se ergue e volta ao seu nível natural. Porém outra cintura se encontra à mostra e mais do que depressa mãos permeiam caminhos indo e vindo e nessa sensação o gozo. (2ª vez)
Pausa rápida.
A atenção dos retratos se voltam totalmente ao sofá onde o clima esquenta e se torna mais interessante.
O medo se entrega ao prazer e a dor se transforma em alívio e muito mais prazer exprimidos em gemidos quase calados para não assustar os retratos arregalados mas extasiados pela cena quase totalmente imitada da Tv.
Ah! esses retratos já viram de tudo.
O retrato que sinto após um bis ao lado da piscina é de um retrato mal falado.

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